05 novembro, 2008


TEXTO DE JOSÉ MATIAS ALVES ( ex elemento da CCAP )Quinta-feira, Outubro 30, 20088 de Novembro Sempre pensei e escrevi e disse que este modelo de avaliação de desempenho era impossível. Sempre pensei e escrevi e disse que era desejável que este ano lectivo se seguisse a recomendação nº 2 do CCAP. Porque permitia às escolas e aos professores organizarem-se numa outra lógica de acção: mais sensata, mais económica, mais holística. Com, provavelmente, menos danos colaterais. Com menos falsificações. Com menos faz-de-conta. Não que se resolvesse o problema de fundo. Mas, a meu ver, atenuava-se e poderia permitir ambientes mais respiráveis até uma revisão obrigatória para o 2º ciclo avaliativo. Que vai ser inevitável.
Agora, um número indeterminado de escolas e de docentes vivem na asfixia. Na maldição do tempo. Na invenção de realidades. Na fuga. Na revolta mais ou menos latente. A raiar o esgotamento e a desmotivação. Não serão todas. Mas serão, provavelmente, a maioria.
E isto causa dilacerantes problemas éticos. Ameaças identitárias cujos impactos no ser e estar na profissão são muito difíceis de prever. Ninguém está a ganhar nestes ambientes. Todos estão a perder. Os alunos, as famílias, os professores, as escolas. Em última análise, o próprio Ministério. Obviamente.
Salvam-se apenas aquelas (suponho que poucas) escolas que tiveram a inteligência (e alguma ousadia) de colocar os alunos primeiro. De centrarem a acção e o tempo dos professores na tarefa de ensinar e de avaliar o resultado da sua acção profissional. De criarem dispositivos de securização.
Como professor que procura ler e compreender o que (não) se passa, não posso deixar de compreender as razões e os sentimentos que vão levar os professores e educadores a Lisboa no dia 8 de Novembro (no que à avaliação de desempenho diz respeito). E de desejar que um compromisso seja possível em nome do mais importante: as pessoas e as suas aprendizagens.

1 comentário:

Pena disse...

Incrível Amiga:
Não sou poeta, nem nunca o serei.
Sonho, apenas e só...
Apetecia falar daqueles Serzinhos Adoráveis fazendo-lhes uma maravilhosa poesia que não sei.
Eles(as) perdem imenso com condutas e atitudes insensatas e incompreensíveis, sempre o disse...
Apetecia-me dedicar-lhes uma "história" muito terna e bela, que não sei fazer...
Seria de admiração pelo que "suportam" e "aturam"...
Pelo interesse que não lhes é entregue pela "situação" indesejada vivida por nós, Professores!
Mereciam, plenamente.
Beijinhos amigos de respeito poderoso pela tua imensa significação para todos nós.
Sempre a admirar-te e a considerar-te

pena